terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Conclusão

Exupèry sabia que não pré-julgar, nem censurar explicitamente determinados atos, poderia através de parábolas dispor a seus leitores completa compreensão e interpretação das situações sobre as quais escrevia. Isso possibilitou a aplicação universal de seu conto em todos os tempos, se adaptada às situações semelhantes. Tratar das coisas simples e dos sentimentos, fez com que a história fosse repercutida por todo o mundo, sendo compreendida por todo e qualquer público que a lê. Crianças não devem nascer com o fardo da responsabilidade que é ser o futuro. O futuro não está na criança, mas sim no adulto que a educa.
Existem vários caminhos para se chegar ao cume de uma montanha. Você pode subir pela face leste, oeste, norte ou sul. Qualquer delas, mas não todas elas. O melhor meio de se perder, e nunca chegar ao topo, é escolher um caminho e, na metade dele, voltar, por achar que outro possa ser melhor. E voltar para tentar outro, e voltar, e voltar. Assim, nunca se chega ao topo da montanha.
Todos apresentam uma postura repetitiva que busca incessantemente pelo nada. Não limitemo-nos a pensar que só existe uma possibilidade de viver ou que só poderemos ser felizes se seguirmos todas as trilhas que já foram abertas, mas que resultam sempre no mesmo fim. Se acompanharmos a trajetória do pequeno menino de cabelos loiros, sentiremos, no fundo de nossos corações que podemos ser mais e mais livres dentro de nossas descobertas. O universo de um não precisa ser necessariamente o universo de outro, e a busca de um nem sempre é a busca de outro, pois assim é que se descobre o valor de andar de mãos dadas e de saber a hora, o momento de soltar as mãos e voar, na calda de um cometa ou puxado por um bando de aves celestes. Portanto, faça sua pequena mala, prepare seu espírito e Tenha uma boa viagem, Curta a aventura de viver!
O piloto teve sua sensibilidade artística e a sua capacidade de ver além das aparências cerceadas por aqueles que haviam se entregado à monotonia de seus pequenos mundos. Mas anos depois, longe de todos, desenha a sua própria história com a ajuda daquele que deixou seu mundinho de lado para entrar nos mundos dos outros e aprender com eles. Tocado pela ingenuidade e simplicidade do pequeno príncipe, o piloto redescobre seus talentos e desperta para a beleza das coisas simples.
Crescer sem perder a ternura, sem perder a criatividade, ser perder contato com sua criança interior. O fato não é ser criança para sempre, é crescer, amadurecer, tornar-se adulto sabendo como ser criança. Crescer como criança sem perder a consciência é um detalhe importante.
Tentar se desprender das coisas terrenas. A vida não retrocede. Não é saudável abominar tudo o que se relaciona com a vida adulta. Parar de buscar os exemplos dos que interromperam a caminhada para a frente, dos que se acomodaram, dos que não lutam mais para adquirir consciência. Parar de tentar justificar a ângústia de crescer com os exemplos errados. Se não a vida real segue e fica só a vida provisória, de mentirinha que só leva ao desespero.
Quando o pequeno príncipe deixou seu planeta, ele era inocente (uma característica própria da infância, que atualmente está morrendo nas crianças cada vez mais cedo) e apaixonado (uma característica adolescente, que tem cruzado as fronteiras da infância sem piedade à medida que morre sua inocência), trabalhava duro e era ferido pelos espinhos de sua rosa (uma característica da vida adulta que põe em cheque tudo o que cremos e que nos impulsiona rumo ao comodismo ou à inovação), mas, principalmente, não tinha resposta para as perguntas mais profundas de sua alma (uma característica atemporal que afeta a todos e que torna nossa vida uma eterna jornada de busca e descobertas).
Portanto, procurar dentro de si as respostas para suas perguntas mais profundas, para os propósitos faz de cada ser humano dono de si, libertando-se de suas prisões. É preciso conhecer-se para evitar conflitos interiores, separar seus reais valores.

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